Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2021

Puba: amor e esperança em forma de uma história indígena

Em uma época de fome e dificuldade, uma menina nasceu em uma tribo indígena. Sua pele era incrivelmente branca, como a neve, e seus olhos eram brilhantes e cheios de vida. Mani era uma criança doce e carinhosa, e sua presença trazia alegria e esperança a todos que a conheciam. No entanto, a alegria da tribo foi breve. Mani adoeceu e, apesar dos cuidados de todos, faleceu. A tribo ficou devastada, mas decidiu sepultar Mani em sua oca, para que sua memória nunca fosse esquecida. As lágrimas dos membros da tribo regaram o túmulo de Mani, misturando dor e anseio à terra. Com o tempo, algo novo brotou do solo, um pequeno broto verde. A tribo ficou encantada com essa revelação, e cuidou da semente com todo o carinho. Com o passar dos dias, o broto cresceu e se transformou em uma árvore frondosa. Um dia, a árvore rachou e, para surpresa de todos, revelou um fruto surpreendente. A casca do fruto era terrosa, mas, sob ela, havia uma carne de um tom rosado e, sob essa camada, uma carne branca. A

A tradicional festa de são Sebastião de Xapuri

A cada janeiro, Xapuri se transforma em um oásis de fé e tradição, graças à celebração da Festa do Padroeiro, São Sebastião. Essa é uma das maiores e mais significativas manifestações populares de toda a Região Norte do Brasil, e sua importância transcende os limites geográficos do município. São Sebastião, o santo protetor contra as guerras e pestes, é também o padroeiro de outras cidades acreanas, como Epitaciolândia e Rio Branco. No entanto, é em Xapuri que essa devoção se manifesta de maneira mais profunda, intensa e fervorosa. A tradição da festa de São Sebastião está enraizada na cultura e na identidade deste lugar há mais de um século, e isso tem um impacto notável em vários aspectos da vida local. Há exatos 121 anos, um grupo diversificado de pessoas se reúne em Xapuri durante o mês de janeiro para expressar sua gratidão a Deus e a São Sebastião pelas graças recebidas em suas vidas. Este encontro anual não é apenas uma celebração religiosa; é um momento em que a cidade inteira

A Arte e a Resiliência de Dico Barão: Um Tesouro das Florestas Amazônicas

Nas profundezas dos seringais amazônicos, onde a vida é moldada por desafios implacáveis, nasceu um verdadeiro tesouro das florestas amazônicas: Evandro Pereira da Silva, conhecido artisticamente como Dico Barão. Este artista da floresta, nascido nas terras amazônicas, encontrou na música e na expressão artística uma maneira de transcender as adversidades de sua infância difícil e dar vida às suas emoções e experiências. Dico Barão, agora com 73 anos de idade e residindo na cidade de Xapuri, no Acre, carrega consigo as marcas de uma vida moldada pelas duras realidades dos seringais amazônicos. Como seringueiro desde jovem, Dico enfrentou a fome e a escassez, vivenciando uma infância desafiadora nas profundezas da floresta. No entanto, ele sempre teve algo especial: uma profunda conexão com a música e os ritmos amazônicos que o ajudaram a enfrentar os desafios que a vida lhe apresentou. Dico Barão não é apenas um cantor talentoso, mas também um músico versátil que domina vários instrume

A importância da mão-de-obra na produção de Borracha na Amazônia

A história da produção de borracha na Amazônia é profundamente entrelaçada com a diversidade de mão de obra que contribuiu para esse empreendimento, e a cidade de Xapuri, localizada no estado do Acre, desempenhou um papel crucial nesse contexto. Desde os tempos mais remotos, os indígenas foram os primeiros a explorar a seringueira e a produzir o látex na região de Xapuri, assim como em outras partes da Amazônia. Sua conexão com a floresta e seu conhecimento sobre a extração de borracha desempenharam um papel crucial nesse processo. Os indígenas não apenas eram hábeis extratores de látex, mas também atuavam como guias para seringalistas e cientistas que exploravam a região de Xapuri. Sua profunda compreensão da natureza e das leis da floresta amazônica tornou-os mestres do meio ambiente e valiosos colaboradores na busca pelo precioso látex. Xapuri, como parte dessa paisagem, desempenhou um papel fundamental nesse contexto. Apesar disso, a mão de obra indígena na produção de borracha foi

Xapuri e o Primeiro Ciclo da Borracha no Acre: Uma Epopeia de Prosperidade e Declínio

O Primeiro Ciclo da Borracha no Acre, que abrangeu o período de 1880 a 1920, foi uma época de grande transformação e prosperidade na região amazônica. Um dos municípios que desempenhou um papel fundamental nesse ciclo foi Xapuri, situado no Estado do Acre. A história desse município está entrelaçada com a saga da borracha, que trouxe riqueza e desafios para a região. Tudo começou em 1878, quando o colonizador João Gabriel Carvalho e Mello chegou à região que viria a se tornar o Território Federal do Acre em 1903. Ele se estabeleceu em Boca do Acre e deu início à produção de borracha. Esse pioneirismo foi seguido por outros seringalistas, dando início à formação dos seringais que se tornariam o coração da economia de Xapuri e de toda a região. A década de 1910 marcou um momento de grande desafio para a produção de borracha no Acre, devido à ascensão da produção asiática, especialmente na Malásia. Em 1900, a Malásia produziu modestas 3 toneladas de borracha, comparadas às mais de 26 mil

História Multimídia de Xapuri: Um convite a uma viagem

Este é o espaço do projeto “História Multimídia de Xapuri”, aprovado na Lei Aldir Blanc, possibilitada por meio do Governo Federal, Governo do Estado, através da fundação de Cultura e Comunicação Elias Mansour e tem como objetivo resgatar, salvaguardar, digitalizar e divulgar a história de Xapuri visando sua disponibilização virtual – a pessoas de qualquer lugar do mundo que tenham interesse em conhecer a história da Princesinha do Acre mas que ainda não tiveram acesso – e também multimídia – fornecendo à comunidade escolar e pesquisadores todas as informações em material adequado. Xapuri, cidade que viu nascer os tempos do desbravamento da região, revolução acreana, a opulência vinda da extração do látex, o declínio da exploração da borracha, a devastação da floresta para a criação de pastos, os empates, a vida e a morte de Chico Mendes, e tantos outros líderes seringueiros que fizeram do Município um dos mais representativos em nosso Estado. Entretanto, embora esses acontecimentos e

A cobra grande

 A figura da Cobra Grande A Cobra Grande, também conhecida como "Boiúna", é uma figura icônica nas narrativas indígenas e folclóricas amazônicas. Ela é descrita como uma serpente gigantesca, de escamas brilhantes como o ouro e olhos hipnotizantes que podem encantar aqueles que a olham nos olhos. A capacidade de se transformar Uma das características mais intrigantes da lenda da Cobra Grande é sua capacidade de se transformar em uma bela mulher. Ela pode surgir das águas sob a forma de uma sedutora dama para atrair suas vítimas, geralmente jovens pescadores ou viajantes solitários. Uma vez atraídos por sua beleza, os incautos são levados para as profundezas do rio, nunca mais a serem vistos. A guardiã dos rios Além disso, a Cobra Grande é considerada uma guardiã dos rios e da natureza amazônica. Muitos acreditam que ela pode causar tempestades e afundar embarcações que desrespeitem o ambiente ou causem danos à floresta e seus habitantes. Portanto, os ribeirinhos costumam reali