Pular para o conteúdo principal

É o “20 de janeiro”

20 de janeiro. Esse é o período mais movimentado da cidade de Xapuri. Período porque é assim chamado a festa do santo padroeiro do município, São Sebastião, que, apesar de ser comemorado – ou homenageado – exatamente no vigésimo dia do primeiro mês do ano, tem início o “rebuliço” em torno do dia 15, indo por volta do dia 25.

É o famoso “20 de janeiro” de Xapuri, vindo gente de diversos lugares – seja dos seringais mais longínquos, de outras cidades acreanas ou mesmo outros estados brasileiros (isso se não contarmos com nossos vizinhos bolivianos e peruanos).

Dentre os visitantes estão devotos, simpatizantes de festas, jornalistas, além dos famosos “marreteiros” – vendedores que comercializam seus produtos em pequenas barracas de lona e pedaços de madeira, “atacando” aqueles que

passam, negociando sua mercadoria a diferentes preços, com cotação diferenciada (e que tende a cair consideravelmente ao longo dos dias).

Em 2012 as comemorações não foram diferentes. Para quem mora um pouco afastado do centro da cidade estranhava a quebra da rotina e do lado pacato, especialmente no dia 20, auge da festa dedicada ao Santo.

Fosse pela quantidade de pessoas nas ruas, com o trânsito fiscalizado pelos agentes do Detran, ou pelos adolescentes compondo os carros da procissão, os escoteiros, ou os pagadores de promessas, pelas comidas típicas da festa –

tacacá, algodão doce, além de outras delícias – ou a menina que se embalava constantemente em um balanço sobre uma poça enorme de água e lama, demonstrando enorme contentamento, a 110ª Festa de São Sebastião foi marcada por um brilho que ao mesmo tempo que é típico do “Vinte” ganhou algo particular este ano.

O que causou certo estranhamento foi que em meio a

toda aquela movimentação e ânimos que fugiam do cotidiano, havia algo que quebrava aquele cenário, funcionando como uma espécie de intervenção urbana – modalidade artística muito utilizada na contemporaneidade – simbolizado por uma rede. Isso mesmo. Uma rede estava atada entre duas árvores, na praça São Gabriel, em frente à Igreja matriz de onde sairia a procissão. menina que se embalava constantemente em um balanço sobre uma poça enorme de água e lama, demonstrando enorme contentamento, a 110ª Festa de São Sebastião foi

marcada por um brilho que ao mesmo tempo que é típico do “Vinte” ganhou algo particular este ano.

Chamando a atenção de quem por ali passava, ignorada por outros, foi um curioso elemento que abrilhantou a festa – embora o dono, procurado insistentemente por muitos minutos, desaparecera ou, como disse uma das pessoas que rodeavam o local: “devia de ser do Santo”.


Fotos (de Clenes Guerreiro):

*1 - A rede;

*2 - D. Valteíza (devota);

*3 - Adolescentes da Procissão;

*4 - Grupo de Escoteiros;

*5 - Menina no balanço;

*6 - Detran - Fiscalização;

*7 - Início da Procissão;

*8 - "Marreteiros";

*9 - Escultura de São Sebastião.

Comentários

Thony Christian disse…
Bom dia.
É uma outra visão da festa do santo padroeiro da cidade.
Boas fotos, bom texto.
Thony Christian disse…
Vocês poderiam informar qual a marca da câmera que vocês usam?
As fotos estão boas apesar de não conseguir abrir umas que parece está fixa.
É câmera profissional?
Obrigado.

Postagens mais visitadas deste blog

O jacamim

O jacamim mora na floresta, costuma andar de bando com 10 a 15. É uma ave interessante, de cor branca com preto, tem o pescoço comprido, as pernas finas e grandes. Durante o dia anda no chão, porém à noite ele voa para uma árvore alta para dormir, pois assim se sente mais protegido. Ele gosta de esturrar de dia e à noite quando está na dormida. Corre muito na restinga e até no mato cerrado, como no esperaizal e no tabocal. Se alimenta de frutas de copaíba, guariúba, manitê, pama e itaúba; de insetos como formigas, aranhas e besouros, de embuá, minhocas da terra firme, mossorondongo e gongos. Além disso o jacamim ainda se alimenta de animais como a cobra, o sapo e o jabuti. A história do jacamim é quase idêntica à do queixada: por onde eles passam acabam com tudo o que tem pela frente. Apesar de ser um pássaro é muito perigoso para outros animais pequenos. Faz o ninho em paxiúba ou em pau ocado. Põe até 4 ou 5 ovos e sempre quem choca é o casal. Isso acontece no fim do verão. Qua

A vida nas famílias xapurienses (Período de 1940 – 1960)

Nas décadas de 1940 a 1960 as famílias xapurienses tinham seus valores centralizados na educação familiar, escolar e religiosa. A família era patriarcal, conservadora e tradicional. O pai representava a figura central, onde todos deviam temê-lo e obedecê-lo, fazendo aquilo que ele mandava e não o que ele fazia. A figura da mãe era vista como a “rainha do lar” onde tinha obrigações de cuidar bem dos filhos, marido e dos trabalhos domésticos. Cabia somente aos homens trabalhar “fora” e garantir o sustento da família. As mulheres desempenhavam sua função dentro do lar, pois, na vida pública, ainda não havia conquistado os seus espaços. Eram muitas vezes reprimidas de seus desejos, anseios, sonhos vivendo subjugadas às ordens de seus esposos. O pais é que escolhiam a “pessoa ideal” para casar com seus filhos, dependendo da classe social e da família em que estavam inseridos. A maioria dos casamentos se dava por interesse econômico entre ambas famílias. Os filhos, desde cedo, eram e

O Hino de Xapuri

O Hino de Xapuri tem como autor da letra, o cearense de Fortaleza, nascido em 02 de fevereiro de 1921 “Fernando de Castela Barroso de Almeida”, radicado no Acre em 1943. Trabalhou cortando seringa no Seringal Liberdade, no Alto Purus, escolhido para ser escrevente e redator de cartas do patrão, logo passa a ser gerente e anos depois mudar-se para Manuel Urbano. E logo em seguida fixa residência em Rio Branco. Escritor, poeta e jornalista, publicou as obras literárias Poesias Matutas e Poesias ao Deus Dará. Segundo o mestre Zuca, seu amigo, a letra do Hino de Xapuri foi escrita em Rio Branco-AC. A música do Hino de Xapuri foi instrumentalizada pelo mestre de música Sargento JOSÉ LÁZARO MONTEIRO NUNES, falecido na cidade de Rio Branco, em 07 de setembro de 1988, aos 59 anos de idade. Hino de Xapuri I Página viva da história acreana recebe o nosso afeto e gratidão reverente o teu povo se irmana neste hino que é hino e oração II Terra formosa, terra gentil És Princesa do Acr