Por Dico Barão
Vencidos os obstáculos,
Ele chegou até aqui,
Passando por Rio Branco,
Seguiu por Xapuri,
Contemplando as barrancas
Das aldeias do Aquiri.
Em Xapuri, ele se apresentou,
Ao seu primeiro patrão,
Este dele se afeiçoou,
Com grande admiração,
Principalmente da estatura
Que tinha aquele rapagão.
Seringueiro, trabalha a seringa,
Seringalista, o patrão,
A sede do seringal
Era chamada de barracão,
E o seringal dividido,
Colocação em colocação.
Também tinha o noteiro,
Que trabalhava para o patrão,
No prazo de alguns dias,
Ia a cada colocação,
Vendo o que tinha e o que faltava,
E anotando a produção.
O seringueiro sofria mais que o patrão,
Trabalhava como escravo, ganhando pouco tostão,
Mas muitos estão vivos até hoje,
Para sua bênção e maldição,
Pois enfrentaram com bravura
Essa árdua e áspera missão.
*Texto: Repente de Dico Barão.
*Ilustração: Hélio de Melo
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