A tradição oral das populações amazônicas foi levada das
matas para os centros urbanos que foram se formando ao longo do tempo. Essas
memórias se estenderam, levando consigo uma forma peculiar de contar e recontar
as histórias de um povo multicultural, que construía sua vida e suas vivências
nas florestas do Acre.
Em se tratando das memórias do seringueiro suas histórias
eram ricas nos temas: seringal, colocação, extração da seringa, suas lendas e mazelas
enfrentadas em um território até então desconhecido.
As narrativas dos moradores de Xapuri são como florestas
povoadas de ideias, que permeiam as vivências e os sentimentos intrinsicamente
ligados com suas histórias, demonstrando sua identidade e destacando sua
representatividade para a história de todo o Acre e da própria Amazônia.
Como se sabe, Xapuri foi povoada por seringueiros
nordestinos, tentando escapar de suas iniciais mazelas, como a própria seca,
mas também por comerciantes sírios, libaneses, portugueses e espanhóis, que
abasteciam os grandes centros: Manaus e Belém. Cada um trazendo consigo um
apanhado de costumes, culturas, culinária, religiosidade, todos emprestando
suas vivências para a construção de uma importante e rica história de
municípios como Xapuri – isso sem esquecer da rica contribuição dos povos originários
que aqui estavam antes da chegada dos supracitados: nossos índios, que muito contribuíram
para a formação da cidade.
Hoje, essas contribuições fazem parte da identidade e da
história do povo guerreiro, trabalhador e esperançoso de Xapuri, que traz na
oralidade o repasse da história da construção da sua identidade.
Foto:
Acervo IBGE.
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