Acordar cedo, antes do raiar do sol, já era uma tradição do
seringueiro. Percorrer as longas estradas de seringa, extraindo o látex – ou “cortando
seringa”, como chamavam – acentuando o hábito cotidiano dos viventes das
florestas.
Ao sair, antes do sol nascer, a poronga – artefato, adereço
de trabalho, mais parecido com uma lamparina sobre uma estrutura metálica que
tinha o encaixe da cabeça, como se fosse um rústico chapéu – era a companheira
mais próxima do trabalhador das matas xapurienses amazônicas.
A mata era sua casa. Quando não estavam coletando látex,
colhiam castanhas – em épocas específicas – e praticavam a caça, buscando
alimentos para garantir o sustento da família.

A alimentação era complementada com a agricultura familiar, onde
plantavam o que fosse possível para garantir uma alimentação mais diversificada.

Esse era o mundo incessante do trabalho dos seringueiros, de
seus feitos, de idas e vindas para a cidade realizar as trocas das mercadorias
produzidas por outras que necessitam para sobreviver em meio às dificuldades
impostas na vida dos povos das florestas.
Ilustração e
fotos:
1- Caminho do seringueiro – Hélio de
Melo (1983);
2- Defumação da borracha – Acervo Museu do
Seringal (Vila Paraíso/AM)
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