Fundada em 1883
com a chegada dos primeiros exploradores a região do Alto Acre, no final do
século XIX, Xapuri era ainda um pequeno povoado com poucas casas e barracas que
abrigavam cerca de 150 pessoas. A partir da década de 10, Xapuri teve uma vida
econômica e sócio-cultural bastante agitada. Sua produção de borracha e sua
população aumentavam continuamente. Foram construídas novas casas e instaladas
a Intendência Municipal e outras repartições públicas. Enquanto nas colocações
dos seringais as moradias eram constituídas apenas de uma barraca erguida no
meio de uma clareira para abrigar o seringueiro, nas sedes dos seringais, como
nas cidades, os casarões eram construídos seguindo modelos e utilizando
matérias-primas importadas.
A Rua do
Comércio oferecia de tudo que seus clientes pudessem necessitar: comidas
variadas, louças, calçados, tecidos, armas, medicamentos, bebidas, música e
diversão. Nessa rua se localizavam também hotéis, barbearias, banco e
"clubs" sociais. E foi justamente essa junção da arquitetura
importada pêlos patrões para os seringais e as cidades, com as condições
características do meio ambiente e os conhecimentos tradicionais dos povos da
floresta, que produziram em Xapuri uma arquitetura bastante diversificada.
Assim, ainda hoje, Xapuri guarda nas fachadas da Rua do Comércio, ou mesmo nos
antigos casarões que resistem à voracidade do tempo, parte importante da
história da formação da sociedade acreana.
Fotos:
*Corte da seringa - Dhárcules Pinheiro;
*Corte da seringa - Dhárcules Pinheiro;
*Residência de paxiúba localizada na
Reserva Estrativista Cachoeira: Acrevo Patrimônio Histórico e Cultural - FEM.
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