Um dos destaques da mostra de filmes de animação no Museu do Xapury - sendo exibido dentro de instantes e fazendo parte da programação da 10ª Semana Nacional de Museus - o filme "O anão que virou gigante" é um dos curta-metragens selecionados para a mostra.
Leia a resenha sobre o filme:
O anão que virou gigante
Por João Toledo
O
curta-metragem de Marão, uma animação bastante singela, de traço
rústico e de poucos detalhes, se constrói em torno da vida de um
personagem baixinho que, de repente, aos vinte anos de idade, volta a
crescer e não pára jamais, tornando-se aos poucos um gigante. Uma
narração em off, que
consiste basicamente de reclamações acerca dos problemas que o tamanho
(pequeno ou grande) lhe traz no dia-a-dia, ocupa todo o curta e serve
como uma espécie de guia da história, enquanto a imagem apenas ilustra
situações curiosas que não constituem nenhuma narrativa muito precisa,
de acontecimentos que seguem uma lógica seqüencial mais estrita. O
problema é que, nesse caso, a imagem se vê subjugada pela palavra,
torna-se dependente da estruturação do discurso para fazer sentido.
Leia a resenha sobre o filme:
O anão que virou gigante
Por João Toledo
O
desenho é interessante, a expressividade daqueles personagens de traço
simples é bastante rica, e até mesmo a narração consegue momentos de
graça, mas é próximo do final que vemos se acentuar aquilo que parecia
um problema menor. Chega-se, no fim, depois de momentos bastante
engraçados, a uma espécie de moral da história, a uma lição meio
simplista que torna o filme numa desculpa apenas para seu fim, para sua
mensagem sobre sentir-se confortável com si mesmo sem deixar que
características físicas afetem nossa personalidade ou nossa relação com o
mundo. Tudo o que se constrói e que ganha força enquanto momento
autônomo se desmorona quando passa a operar em função de discursos, mas
mesmo em sua ingenuidade há uma força expressiva no traço que merece ser
incentivada.
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Ilustração: Divulgação.
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