Cobija, Bolívia – A cidade de Cobija foi palco de uma grande celebração artística durante a 4ª edição do Festival das Arteiras, realizada entre os dias 13 e 16 de abril de 2023. O evento reuniu artistas do Brasil, Bolívia e Peru, promovendo um intercâmbio cultural rico e diversificado por meio de apresentações de teatro, música, dança e manifestações populares.
Organizado pela Cia. Arteiras, o festival teve como objetivo dar visibilidade à cultura amazônica e às tradições dos povos indígenas, afrodescendentes e comunidades ribeirinhas, além de fomentar o acesso à arte para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
Espetáculos Que Marcaram o Festival
A programação da 4ª edição contou com uma série de apresentações que emocionaram o público e reforçaram a importância da arte como ferramenta de identidade e resistência cultural.
1. Espetáculo “Vozes da Floresta” – Cia. Arteiras (Bolívia)
Abrindo o festival, o grupo anfitrião apresentou "Vozes da Floresta", um espetáculo de teatro-dança que retratou a cosmovisão indígena sobre a floresta e seus espíritos protetores. A montagem mesclou música ao vivo, narrativas ancestrais e performances físicas, trazendo uma estética sensorial que encantou o público.
2. Apresentação Musical “Ritmos da Amazônia” – Coletivo Sonora (Brasil)
O grupo Coletivo Sonora, formado por músicos do Acre e Rondônia, levou ao palco uma apresentação vibrante que misturou marabaixo, carimbó e toadas amazônicas. Com percussão intensa e cantos tradicionais, a performance fez o público dançar e interagir com os ritmos da floresta.
3. “Dança dos Quilombos” – Grupo Afrokuna (Peru)
Uma das apresentações mais impactantes foi a do grupo Afrokuna, do Peru, que trouxe a peça “Dança dos Quilombos”. O espetáculo teatral mesclado com dança narrava a jornada de africanos escravizados que fugiram para formar comunidades de resistência na Amazônia. O uso de tambores e coreografias inspiradas na capoeira deixou a performance ainda mais expressiva.
4. Roda de Capoeira “Ginga de Fronteira” – Mestres da Capoeira Amazônica (Brasil/Bolívia)
O festival também foi espaço para a capoeira, com a apresentação "Ginga de Fronteira", uma roda composta por mestres do Acre e de Pando. A performance destacou a influência afro-brasileira na cultura amazônica, misturando movimentos acrobáticos, percussão e cantos tradicionais.
5. Intervenção Teatral “As Arteiras da Rua” – Coletivo Mulheres em Cena (Bolívia)
Em um dos momentos mais marcantes do festival, o Coletivo Mulheres em Cena levou às ruas a intervenção "As Arteiras da Rua", um espetáculo performático que discutia a violência contra as mulheres na América Latina. A apresentação aconteceu em espaços públicos, gerando impacto e reflexão entre os espectadores.
Festival Se Consolida Como Marco Cultural na Fronteira
O sucesso da 4ª edição do Festival das Arteiras reforçou o evento como um dos principais encontros culturais da fronteira entre Brasil e Bolívia. Com um público crescente e cada vez mais diversificado, o festival vem se consolidando como um espaço de valorização da arte amazônica, da cultura de resistência e do diálogo entre diferentes expressões artísticas.
A diretora da Cia. Arteiras, Débora Rodrigues, celebrou o impacto do evento e destacou sua importância:
"O Festival das Arteiras não é apenas um espaço de apresentações, mas também um movimento de fortalecimento da identidade cultural amazônica. A arte tem um papel essencial na transformação social, e queremos continuar promovendo essa troca entre artistas e comunidades."
Para mais informações sobre o Festival das Arteiras e futuras edições, os interessados podem entrar em contato pelo e-mail ciaarteiras@hotmail.com.
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