É um período de uma grave pandemia e as festas típicas juninas presenciais não serão possíveis nesse momento. Porém, é uma grande oportunidade de falar sobre elas e como aconteciam na Princesinha do Acre:
Junho é o mês em que se comemora os dias de Santo Antônio, São João e São Pedro, com arraiais típicos, com muitas guloseimas, fogueira e as tradicionais quadrilhas, com direito a casamento da roça.
É certo que não é uma tradição exclusiva dos xapurienses, mas representava forte influência na vida das famílias, que, juntamente com a Igreja Católica e as escolas, realizavam grandes e marcantes festas durante todo o mês de junho.
Festas assim representam as tradições populares, aquelas em que o povo atribui particularidades que distinguem o lugar - e sua gente - dos outros locais do mundo.
Os habitantes da Princesinha do Acre se reuniam nas praças, em frente à igreja ou no ambiente escolar onde eram vendidos pé-de-moleque feito com ingredientes da região, o famoso quentão com gengibre e cachaça, tacacá, rabada (ou pato) no tucupi, castanha cristalizada, cajuína, prestigiando as quadrilhas, que ganhavam como personagens os seringueiros e jagunços típicos da terrinha, fazendo com que as pessoas sentissem verdadeiro prazer em sair de suas casas nas noites quentes do sexto mês do ano.
Aqueles que tinham devoção aos santos faziam suas fogueiras em frente de casa, onde as crianças se divertiam estourando traques, bombinhas e se "apadrinhando' (que era quando pulavam a fogueira com outra pessoa, geralmente mais velha, chamando-a de padrinho ou madrinha para o resto da vida, com muito respeito e direito à bênção toda vez que se encontrassem) - além de permitir as conversas animadas em volta ou mesmo as cantigas de roda onde crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos participavam animadamente.
O respeito às festas juninas era uma característica local que era destacada a cada ano, passando de geração a geração, reconhecendo na tradição popular a real identidade - peculiar - amazônica.
As quadrilhas não deixavam por menos, com as mulheres trajando vestidos longos e rodados - ou mesmo roupas rasgadas - enquanto os homens usavam um terno brega - ou também as roupas em farrapos - ou, ainda, quando trocavam de lugar, fazendo a festa de animação.
Os ensaios dos brincantes de quadrilha começavam ainda em fevereiro ou março e as apresentações chegavam até o mês seguinte - participando, muitas vezes, de festivais dentro e fora do estado.
O glamour das festas juninas, considerado por muitos como brega, faziam parte da rotina anual de um povo que expressa sua história por meio da cultura, que ao se manifestar aqui ganhava consideráveis particularidades.
Enquanto hoje, buscam a recuperação, pelo menos em parte, de seus alicerces mínimos que garantam a continuidade da cultura tradicionalmente popular - e, também, particular.
Ilustração:
*Desenho publicado no site da Acrilex.
Junho é o mês em que se comemora os dias de Santo Antônio, São João e São Pedro, com arraiais típicos, com muitas guloseimas, fogueira e as tradicionais quadrilhas, com direito a casamento da roça.
É certo que não é uma tradição exclusiva dos xapurienses, mas representava forte influência na vida das famílias, que, juntamente com a Igreja Católica e as escolas, realizavam grandes e marcantes festas durante todo o mês de junho.
Festas assim representam as tradições populares, aquelas em que o povo atribui particularidades que distinguem o lugar - e sua gente - dos outros locais do mundo.
Os habitantes da Princesinha do Acre se reuniam nas praças, em frente à igreja ou no ambiente escolar onde eram vendidos pé-de-moleque feito com ingredientes da região, o famoso quentão com gengibre e cachaça, tacacá, rabada (ou pato) no tucupi, castanha cristalizada, cajuína, prestigiando as quadrilhas, que ganhavam como personagens os seringueiros e jagunços típicos da terrinha, fazendo com que as pessoas sentissem verdadeiro prazer em sair de suas casas nas noites quentes do sexto mês do ano.
Aqueles que tinham devoção aos santos faziam suas fogueiras em frente de casa, onde as crianças se divertiam estourando traques, bombinhas e se "apadrinhando' (que era quando pulavam a fogueira com outra pessoa, geralmente mais velha, chamando-a de padrinho ou madrinha para o resto da vida, com muito respeito e direito à bênção toda vez que se encontrassem) - além de permitir as conversas animadas em volta ou mesmo as cantigas de roda onde crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos participavam animadamente.
O respeito às festas juninas era uma característica local que era destacada a cada ano, passando de geração a geração, reconhecendo na tradição popular a real identidade - peculiar - amazônica.
As quadrilhas não deixavam por menos, com as mulheres trajando vestidos longos e rodados - ou mesmo roupas rasgadas - enquanto os homens usavam um terno brega - ou também as roupas em farrapos - ou, ainda, quando trocavam de lugar, fazendo a festa de animação.
Os ensaios dos brincantes de quadrilha começavam ainda em fevereiro ou março e as apresentações chegavam até o mês seguinte - participando, muitas vezes, de festivais dentro e fora do estado.
O glamour das festas juninas, considerado por muitos como brega, faziam parte da rotina anual de um povo que expressa sua história por meio da cultura, que ao se manifestar aqui ganhava consideráveis particularidades.
Enquanto hoje, buscam a recuperação, pelo menos em parte, de seus alicerces mínimos que garantam a continuidade da cultura tradicionalmente popular - e, também, particular.
Ilustração:
*Desenho publicado no site da Acrilex.
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